domingo, 3 de junho de 2012

Donos de farmácias são acusados de desviar verba do Ministério da Saúde

A cabeleireira Maria Aparecida ficou assustada quando recebeu a intimação da Procuradoria da República. Ela soube na audiência que o nome e o CPF dela apareciam em uma investigação sobre fraudes no programa Farmácia Popular do Governo Federal. "Me falaram que tinham usado meu CPF com compras indevidas”, declara. Maria foi uma das vítimas que tiveram os nomes e CPFs usados por donos de farmácias para fraudar o programa federal que distribui medicamentos com descontos e até de graça para quem tem pressão alta e diabetes. Os fraudadores descobriram que era fácil receber o dinheiro do Governo sem vender o medicamento. Era só conseguir um CPF e forjar uma receita. Só em Franca, no interior de São Paulo, o Ministério Público indiciou 30 donos de farmácias, que podem ter desviado mais de quatro milhões de reais em apenas um ano e meio. Franca foi só o começo de uma investigação para o Ministério Público Federal descobrir que as fraudes eram realizadas também em outras cidades de São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. Os promotores calculam que o golpe deixou em todo o país, um prejuízo de um bilhão de reais. Até CPFs de pessoas mortas foram usados para fraudar o programa. "De 2006 até fevereiro de 2010, foram constatadas em todo o Brasil mais de 57 mil vendas com CPFs de pessoas falecidas na data da operação", explica Daniela Pereira Batista Poppi, procuradora da República. Em Franca, farmácias acusadas de participação nas fraudes fecharam as portas. Segundo o Ministério Público Federal, os donos dessas farmácias compraram imóveis e fazendas com o dinheiro desviado. "Esses bens foram todos sequestrados, essas pessoas estão sendo processadas. Eles estão em vias de serem condenados na Justiça Federal. O Governo precisa correr atrás disso o mais rápido possível, porque o dinheiro público está jorrando para cofres particulares indevidamente", afirma a procuradora. Fonte: Globo.com

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